domingo, janeiro 21

a nona tormenta.

Ao mesmo tempo que foi meu karma, você foi minha comprovação de mudança.

Nossas conversas não eram contínuas, mas parecia que não precisávamos disso. Você viria me ver e passaríamos o ano novo juntos. Eu estava tão empolgada: tínhamos feito lista do que fazer, como fazer e eu já tinha desmarcado tudo com o mundo naquela semana pra ter mais tempo pra você. Todo mundo estava sabendo da minha animação pra te ver. Ai, pouco depois de um parabéns forçado, você sumiu. As contagens dos dias que faltavam pra você aparecer aqui eram feitas só por mim agora. Os links dos eventos eram enviados só por mim. E a conversa? Era um monólogo meu também.

Sumiu.

Não de todo lugar, não das redes sociais ou das outras pessoas, mas de mim. Eu me tornei mais uma na sua lista de visualizadas e não respondidas e eu não entendia o porquê. Não entendo ainda. O que tenho são só conjecturas sobre o que pode ter acontecido. Só que eu não me afastaria de você.

Não me afastaria porque eu fui você em outra situação e você foi o check que eu precisava pra ter certeza que mudei. Eu fui atrás depois, inclusive. Várias vezes. Te perguntei se estava tudo bem, se você continuaria só me visualizando. Te desejei feliz ano novo e parei. Não porque não acho que você valha a pena, mas porque não entendo. Não sei se fiz algo, falei algo ou se foi por coisa sua. Você nunca me explicou. Se o karma acontecer direitinho, talvez daqui um tempo você comece a desabafar em textos e venha no meu privado esporadicamente tentar se explicar.

E eu vou entender.

Mas não pense que vou agir de boa, porque não vou. Eu te entendo e ainda te quero comigo, mas estou brava pra caralho com você. Puta mesmo. E tem muitos meses de frustrações e perguntas dentro de mim pra você ouvir antes de ouvir que estou com saudade e antes de me ouvir agradecer por ter me machucado tanto. Porque eu não concordo com aquilo de que não devemos agradecer alguém que te destruiu porque essa pessoa te tornou mais forte. Tem arroubos que valem o estrago.

Eu só te peço que, se tiver que vir, venha logo. O nosso temperamento é parecido até nessa mania ridícula de querer afastar quando nos amam de verdade, mas siga um último conselho: não faça isso. Fale que se arrependeu e não me deixe seguir em frente. Não me deixe ir. Não me deixe parar de te amar. Eu entendo você me magoar, entendo sua insegurança acabar refletindo em frieza e eu entendo se tiver magoado você de alguma forma pra que isso tenha acontecido, mas não dá pra forçar alguma coisa se você optar por se tornar indiferente.

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