terça-feira, março 20

a décima terceira tormenta.

Chega a ser problemática a forma como sua lembrança me assola diariamente. Há meses não sei o que te ver e ter uma conversa sincera contigo (de amiga pra amiga, colega pra colega, talvez até aquele conversa iniciada de forma arrastada entre pessoas que quase tiveram alguma coisa que as abalassem demais); há meses não dou corda pras suas mensagens em dias aleatórios puxando papo em algum lugar (dias esses que sempre coincidem com suas más épocas, ironicamente).

Não te quero de volta.

Agora, longe, resolvida quanto ao fato de que você - e o quase nós - se foi, não sei se aceitaria sua bagunça de novo. Seus medos e inseguranças disfarçados de uma necessidade de holofote que na época eu não entendia; sua risada escandalosa; seu jeito notável a quilômetros de distância; sua forma de marcar presença (mesmo quando não queria a atenção pro seu rumo). Eu adorava aquilo tudo, me encantei por aquilo tudo, mas não te aceitaria de volta. Seu jeito não é honesto nem com você, imagine comigo.

E eu entendo.

As risadas, a necessidade de estar cercada, a carência de aconchego dos que lhe são queridos, a necessidade de resolver amores passados e ao mesmo tempo buscar por novos - ai voltar para os novos que não são novos mais quando os antigos deram errado. Entendo, mas não estou disposta a entrar nisso de sentir com você outra vez.

Antes, confiava quando você me coloca como sua prioridade. Quando me fala que eu mexia com você, que te tirava da zona de conforto e todas aquelas coisas que pareciam carinho na alma. Não seria capaz disso agora. Estava disposta a me entregar totalmente pra você quando você desperdiçou a chance.

Hoje, não o faria. Hoje não te aceitaria por inteiro de novo.

Mas te aceitaria, talvez, pela metade; quem sabe um terço.

Aceitaria na medida necessária pra te chamar pra casa uma vez mais - ou o plural disso. Aceitaria o suficiente pra aceitar fingir que esqueci de tudo e enrolar o fim mais um pouco.

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