sexta-feira, dezembro 1

a segunda tormenta.


Não sei se me dou bem com relações que são iguais uma hora da tarde: não sei se desejo bom dia ou boa tarde - e cada um tem um critério pra responder ao que digo, independente do que seja.

Não sei lidar com aquela quase intimidade que não me permite mandar áudios longos ou importunar às duas da manhã com alguma divagação aleatória causada por causa de algo que vi. Aquele quase conforto que me faz querer contato mas me sentir incomodada com isso. Aquele tipo de quase amizade que me faz te cumprimentar na mesa do bar mas não me sentir bem com sentar lá com você.

Me incomoda pois nunca sei se estou forçando demais ou oferecendo de menos. Não sei se a hora de desejar boa tarde é depois de almoçar ou assim que o relógio avisar que é uma e pouco. Não sei se ficar perto é o próximo passo ou se o limbo do quase é onde devo colocar esse tipo de relação. Não sei nem mesmo se está tudo bem encontrar com um dos seus amigos e falar "ei, como vai a fulana?" sem que soe extremamente maldoso da minha parte.

O pior é que a maioria das relações estão cronometradas à uma da tarde: qualquer passo à frente pode ser danoso e qualquer receio pode te empacar ali.

E pra uma pessoa que é ávida por intimidade, por laços, por conforto, é desgastante que os relógios parem aqui e não se esforcem pra chegar no chá das cinco.

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